
Os alunos do meu avô em Timor
Em 1970, o meu avô, Joaquim Pires Ferro, foi chamado pelo Estado para prestar serviço militar obrigatório e, como naquela altura vivia-se uma Guerra Colonial, o meu avô foi enviado para a Província de Timor Leste.
Assim, no ano de 1970, Joaquim Ferro chegava à Província de Timor Leste, incorporado na Companhia de Caçadores 2683, com a função de monitor da acção psico-social (equivalente às funções de professor actualmente). Esteve neste lugar durante dois anos, 1970 – 1972, mas durante este período não havia qualquer tipo de confrontos militares.
O meu avô ensinava as crianças da pré-primária e do ensino básico e ainda a fazer plantações. Na pré-primária, ensinava a língua portuguesa e a traduzir da língua macassai para a língua portuguesa. O ensino básico era muito semelhante ao actual.
As condições de vida, para o meu avô, eram muito boas. A hegiene na escola era bastante boa, o edifício escolar apresentava boas condições, assim como as instalações do monitor, do enfermeiro e dos alunos. As instalações da escola tinham um refeitório, dormitórios para rapazes e raparigas, cada um em separado, tinham também compartimentos para duche para rapazes e outro para raparigas e ainda um para o monitor e o enfermeiro. A alimentação era muito boa e bem confeccionada. Alguns dos alimentos eram plantados por eles e eram bastante bons.
Os alunos tinham a folga de sábado, mas tinham que regressar à escola, nos domingos, às 8:00 horas, para o içar da Bandeira Portuguesa.
Após ter realizado este trabalho, fiquei a saber e a perceber uma parte da vida do meu avô, as condições vividas em Timor e sobretudo a educação do povo timorense.
Alexandre Paulo
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