domingo, 12 de junho de 2011

As últimas décadas do Salazarismo


            Falei com o meu avô e com a minha avó que viveram nas últimas décadas do Salazarismo.

Segundo o meu avô e a minha avó, na época em que Salazar estava no poder, o salário ganho era muito baixo e vivia-se com muita dificuldade. Em 1963, havia muitas dificuldades, não se tomava banho todos os dias e a alimentação era deficiente. No regime de Salazar, não havia liberdade de expressão e as pessoas eram muito perseguidas pela PIDE. No caso do meu avô e da minha avó, nunca foram presos, mas confirmam que as pessoas que eram presas pela PIDE eram muito sacrificadas.
A minha avó começou a trabalhar aos 11 anos e trabalhava na apanha da azeitona, transportava também cântaros de água à cabeça, com 9 anos de idade, para que as pessoas com mais dinheiro pudessem regar os jardins. Na aldeia em que a minha avó nasceu, as senhoras não frequentavam cafés, havia bailes todos os fins-de-semana, em que algumas senhoras e senhores se iam divertir. Mas não se podia falar muito, devido à censura de certas palavras, só de dizer a palavra “liberdade” já se tinha o direito de prender a pessoa e de a torturar. Existia um grande medo e pânico de se falar com alguém.



As pessoas trabalhavam todas em conjunto e não só para o benefício das mesmas, trabalhava-se por conta de outrém, sendo esses os mais ricos. Trabalhava-se muito no campo, falava-se muito entre cada trabalhador, mas sempre com medo do Estado.
A PIDE foi buscar um senhor a casa, vizinho da minha avó, e nunca mais se ouviu falar dele. Isto tudo aconteceu devido à maneira do Estado governar.Nos anos 60, formou-se um conflito, em que Salazar mandou muitos portugueses para a Guerra do Ultramar. O meu avô foi chamado para o Ultramar, mas não chegou a entrar em luta. Nos anos 50 a 60, o meu avô afirma que muitos políticos tiveram que pedir asílio porque senão eram mortos.  
Alexandre Paulo

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